Limpeza química com Cloro
(Hipoclorito de Sódio NaClO)
Materiais utilizados nesta etapa: água, cloro e potes
plásticos diversos.
Ao colocar a concha no cloro,
mergulhe lentamente e mantenha a abertura para cima, assim
o cloro pode penetrar em toda parte interna. Se a concha boiar
significa que não está completamente preenchida
pelo cloro
|
O cloro (na realidade Hipoclorito
de Sódio - água sanitária é NaClO diluido
e pode ser usado) tem o principal objetivo de remover o excesso
da sujeira ou algas da concha. Deixando-se em cloro por algumas
horas, serão removidas pequenas esponjas, corais moles, algas
e até o periostraco se assim for desejado. Esta etapa facilita
a limpeza mecânica posterior.
As conchas que não possuirem
incrustrações que precisem ser removidas também
devem passar por esta etapa. O cloro é um forte bactericida
e germicida e vai limpar a concha totalmente. Ele é tão
forte que vai dissolver até pequenas partes moles ainda no
interior da concha.
Não deve ser utilizado cloro
puro exceto se por poucos minutos para uma limpeza rápida.
Normalmente é feita uma solução de água
com cloro, variando a proporção dependendo do tipo
de concha e do efeito desejado.
O tempo necessário para limpeza
pode variar de uma a dez horas. Quando a concha naõ tem incrustrações
alguns minutos apenas são sulficientes para higienizar a
concha. Quando se pretende remover o periostraco, pode levar muito
mais tempo. Não deve-se mantêr por dias a concha em
cloro. O cloro depois de uma longa exposição ou em
grandes concentrações pode alterar as cores ou o brilho
de determinadas espécies.
Algumas conchas não devem ser
colocadas em cloro. Conchas de moluscos terrestres e de água-dôce
devem ser mantidos na coleção com o periostraco sempre
que possível. Pode-se até fazer um banho em cloro
por 5 minutos apenas para higienizar a concha e lavar com água
em abundância em seguida. Os Chitons também não
devem ser clorados. O cloro destroi a cinta externa que mantêm
as placas unidas e dissolve os pequenos pêlos existentes entre
as valvas que são importantes na classificação
da espécie. As conchas de bivalves marinhos devem receber
um banho de cloro de apenas alguns minutos, já que o cloro
dissolve o ligamento das valvas. Algumas bivalves como Pinna podem
ser dissolvidas caso fiquem por alguns minutos mergulhadas no cloro.
Mesmo as conchas coletadas já
mortas na praia devem ser cloradas. Este banho remove areia e vestigios
de alga e restos de animal.
Os opérculos não devem
ser colocados no cloro. O cloro dissolve os opérculos do
tipo queratinoso. Aqueles do tipo calcáreo podem ser clorados
apenas para limpeza.
Consulte a tabela
sobre as etapas aconselhadas para algumas famílias ou espécies
específicas.
Após a retirada das partes moles e opérculo, vêm
a primeira limpeza química com cloro. Ele elimina algas,
esponjas e outros materiais moles aderidos a concha, facilitando
a limpeza mecânica |
Concha após a cloragem. Restam apenas os corais calcáreos
aderidos a concha. Esta é a condição que
a concha deve estar para iniciar a limpeza mecânica |
Imediatamente após a limpeza
com cloro vêm a lavagem com água, que vai lavar o cloro
e remover qualquer parte mole ainda no interior da concha. É
importante a lavagem com abundância de água para remover
os vestigios do cloro, caso contrário pode cristalizar na
superfície da concha ou até mesmo danificá-la.
Algumas vêzes após a
limpeza mecânica, observa-se que a concha possui uma coloração
verde de algas que não foi eliminada pelo cloro por estar
abaixo da camada de incrustações. Assim se faz necessário
uma segunda cloragem. Ela não é tão prolongada
como a primeira, deve ser entre 15 a 30 minutos. Deve-se lavar com
água novamente após esta etapa.
Proibido: É aconselhável
não utilizar qualquer tipo de ácido na limpeza da
concha. O material calcário irá absorvê-lo e
a corrosão continuará mesmo depois de bem lavada,
causando no futuro a perda da concha.
Cuidados: Tome bastante cuidado
com o manuseio do cloro. Use sempre roupas velhas ou um avental.
Proteja os olhos para evitar respingos.
|